sexta-feira, 8 de abril de 2011

Coisas de Criança

Andava contente por um belo parque cercado de árvores, com o seu balão na mão. E de repente, não mais que de repente o balão escapa de suas mãos...
Corre, corre! Ele corre em busca de seu balão que veio a "esconder-se" tão maroto eu meio os galhos de arvores.
Logo tropeça em um objeto metálico desconhecido e a cena vista tantas vezes em contos ou no cinema se repete: Junta o objeto do chão e perplexo o limpa com a manga da camisa e eis que surge o gênio da lâmpada!
“Três pedidos, garoto... Você tem direito a três pedidos...” Diz o gênio de maneira quase automática. E o menino tão ingênuo, mas com muita firmeza responde: “Três pedidos? Tio... Eu só quero o meu balão de volta!”

Criei esse pequeno conto pelo fato de que muitas vezes podemos ter tudo em nossas mãos, mas nada disso é o suficiente. Nem dinheiro, nem nenhum outro tipo de prazer podem trazer o que você realmente está procurando. Muitas vezes temos disponível a oportunidade única de ter tudo o que queremos, de ter nossos pedidos realizados, mas mesmo assim, nada disso importa. Podemos ter muitas coisas, mas o mais simples é o que desejamos. Pra que querer ou ter tanto, se tudo o que precisamos na maioria das vezes é apenas ter o nosso balão de volta?

Crônica de Além Morte

Era uma noite daquelas. Pensamentos oprimindo a mente... E o sono que o abandonara completamente... Absorto em tantos pensamentos desejou morrer. Desejou que Deus o levasse a vida. Desejou que não acordasse. Desejou que amanhecesse morto...  

Dormiu... Tendo esse como o último pensamento em sua mente e sonhou. Ao menos parecia um sonho. Estava sonhando que andava por uma caverna lamacenta e escura. A cena de tantos filmes. Tantos filmes que vira e achara patética a tal cena. Chegou à beira de um lago e lá estava. A tal canoa, o barqueiro... E pensou “Estou sonhando, claro... Só posso estar sonhando...”. Riu e resolveu entrar na brincadeira que sua mente havia lhe pregado. Atravessou, viu almas que andavam como miseráveis, todos seguindo o mesmo caminho como numa procissão. “Estava sonhando com o inferno de Dante” pensou quase que satisfeito.
Alguns “guardas” mostravam o caminho e do outro lado do lago tudo era ainda uma caverna. Mal iluminada por velas presas nas paredes dessa caverna úmida. Caminhou, seguiu por onde lhe mandaram e chegou até uma entrada, tipo uma porta de prisão, que era só uma grade e que estava aberta. Passou e lá dentro era como outro lugar totalmente diferente de onde estava. Era como a sala de espera de um escritório médico e estava de dia, o sol iluminava através do vidro opaco e fechado de uma janela por trás do “atendente” que tinha um livro imenso, como aquele famoso livro de São Pedro e estava atrás de um balcão de madeira.
 

E antes que o atendente pudesse lhe dizer qualquer coisa, o nosso amigo perguntou: – “Estou sonhando?”
“Não” – Lhe respondeu secamente o atendente por trás daquele balcão de madeira, típico de salas de espera.
“Você morreu!” – Prosseguiu o atendente. – “Como havia desejado.”
“O que? Então é isso? Morri? Simplesmente cheguei aos céus?” – Perguntou a mais nova alma. E ouviu como resposta do atendente que até então se mantinha calmo: – “Não... Isso não é o céu! Tá... Tem um Deus, mas não é como na TV ou nas igrejas... Isso é como um acampamento de férias para almas. As más trabalham de graça pra que as almas boas se divirtam. É mais ou menos isso.”

Perplexo ainda, o nosso jovem amigo não entendia... – “Então é só isso?” – Ele ainda insistia a perguntar.
“É!” – Falou já sem paciência o atendente.

“E posso lhe perguntar só uma coisa então?” – Disse a mais fresca alma do mundo inferior.
E o atendente dessa vez o interrompeu, tentando não se exaltar:
“Escuta... Se você quer saber qual o sentido da vida, ou essas baboseiras, isso é lá com Deus. Pergunte a ele. Eu até sei sobre isso. Mas nem posso e nem quero lhe responder...”

“– Não é isso. Eu só queria saber se era pra ser assim... Quer dizer, morri mesmo? Sem volta? Não vou casar, ter filhos, um cachorro e ir pra praia uma vez por ano no verão? Vai ser assim sem graça?”

Eis que o nosso amigo atendente deu uma ultima suspirada de paciência, abriu aquele imenso livro, o folheou um pouco, deu uma pequena lida para si mesmo, em silêncio e prosseguiu com aquela paciência que só um servidor público do mundo das almas poderia ter:

– Olha aqui meu amigo... Sim... Diz aqui no seu histórico futuro que o plano seria que com 26 anos você iria conhecer a mulher de sua vida... Como você sempre quis... Cabelos lisos, compridos, aqueles olhos que você adora nas mulheres... O tipo dos seus sonhos! Aí aos 30 anos, ao invés de se suicidar como você sempre achou que iria acontecer, você iria casar... Tá, ia passar dificuldades no inicio com dinheiro, iria morar com a sogra nos três primeiros anos de casamento, mas depois viria a casa própria, os filhos, o cãozinho e até um trailer, como nos filmes da sessão da tarde, ok?

Nosso amigo o olhou estarrecido com o que acabara de ouvir e respondeu:
– Mas espere! Não! Eu quero voltar! Eu não sabia que seria assim! Por favor, eu não quero morrer! Isso é um pesadelo! Preciso acordar! Quero ser feliz! Eu quero essa vida pra mim!!!

Já muito irritado o atendente falou: – Cara, você já fez a travessia! NÃO TEM VOLTA! Você não queria isso? Não foi o que você desejou? Nunca ouviu falar em: “Cuidado com o que desejas”? Às vezes pode ser tornar realidade e você desejou isso. Então para de reclamar e passa logo lá pra dentro que meu expediente termina às 18hs e eu ainda tenho muita gente pra atender, ok?

E como um delegado o atendente se virou e proferiu a um guarda que estava na porta: – “Ô amigo! Ajuda a levar esse cara aqui ali pra dentro? Temos mais um resistente aqui!”

E assim o porteiro veio em direção ao nosso amigo e o pegou pelo braço. E este, ainda perplexo não ofereceu resistência. Foi sendo empurrado até a porta que ficava quase atrás do guichê do atendente... Viu apenas uma luz muito forte inundando tudo a sua volta. Como nos filmes. E não acordou... Seu desejo divino havia sido verdadeiramente realizado.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Post Miojo: Cretinices

Faz tempo que venho querendo falar sobre esse assunto, mas infelizmente as cretinices no nosso cotidiano são tantas que pouco conseguimos nos dar conta de todas. Eu me recordo só de duas agora e vou falar apenas dessas duas para não me estender muito. Se alguém lembrar de outras, manda como comentário que eu comento quem sabe em algum próximo post.

A primeira maior cretinice que eu conheço da humanidade moderna é os 10% do garçom. Primeiro que o dono tem que ser tão filho da puta, que nem o salário dos seus subordinados eles pagam direito. Aí os coitados tem que ficar enganando os clientes para ganhar o seu “migué”. Isso porque você só sabe que o estabelecimento tem essa política, no momento em que você paga a conta. Ninguém te avisa, não há placas nem nada.... Alguém pode até dizer: “Thomas, deixa de ser pão duro, às vezes são apenas dois reais.”, mas o fato não é o preço, o fato em questão é que ninguém te avisa. E se eu tiver a grana contadinha pro rango? Vou voltar a pé pra casa? Enfim... Estabelecimento que faz isso eu não boto mais o pés nunca mais!

E pra mim, até onde posso recordar, a segunda maior cretinice do mundo moderno é em sites ou cadastros para emprego que tem a seguinte opção: “Salário pretendido:” PORRA!!! Quer mesmo que eu coloque o salário pretendido? Quem tá oferecendo o emprego são vocês (a empresa), eu não to concorrendo a vaga de deputado ou senador pra escolher meu salário. Dá vontade de colocar toda a vez que vejo isso, bem assim ó: “OBS.: Se vocês forem mesmo pagar o que eu pedi, 5 mil reais pra salário inicial está bom...” ou então: “OBS.: A pretensão mais modesta ganha? Me paga a passagem e o almoço que o resto a gente conversa! Bjo me liga!!! ;D”

Enfim... Vão beber no ânus de vocês, sêmem!!! Essas empresas do pênis só transam com o cara....