domingo, 13 de maio de 2012

Los Hermanos, Show em Porto Alegre e Rodrigo Amarante



Conheci Los Hermanos desde os tempos de os tempos de “Ana Júlia” e posso dizer que a minha concepção da banda mudou várias vezes nesse meio tempo. Primeiro achei demais essa banda que fez esse som com tanta musicalidade e depois postou “Primavera” pra todo mundo cantar junto e fazer seus “úh uuh uuus”. Admito que depois de um tempo, enjoou mesmo. Aquelas únicas duas músicas e depois um álbum, o “Quatro”, com outras músicas que não colaram bem em mim. Durante esse período admito que de certa forma malhei muito a Banda. 

Mas depois de um certo tempo, fui apresentado a um outro lado do Los Hermanos, que foi o descobrimento de músicas dos álbuns “Bloco do Eu Sozinho” e “Los Hermanos”, com verdadeiras obras, como Pierrot, Azedume, Quem Sabe, etc. E descobri que eles realmente sabem ter um certo peso, musicalidade, uma boa mistura de musica popular e ótimas poesias. Me apaixonei, defendi as criticas e para minha sorte, nesse meio tempo a banda deu aquele tempo. Percebi que as musicas do Camelo solo não eram as melhores e que o Little Joy era muito bom. Percebi o trabalho do Rodrigo Barba (nem sei se ainda é meu amigo no Facebook, mas tinha ele lá o/), com a cena independente e comecei a notar como cada um trabalhava sozinho e o que cada um deve trazer desse seu estilo para a banda. 

Enfim, ocorreu o show do Los Hemanos ontem e eu fui. Melhor localização que já tive em um show grande, mal conseguia me mexer, esperei por umas 4hs até o início do show, mas cantei do início ao fim. A banda mostrou criatividade e; difícil admitir, mas minha desconfiança se consumava como fato: O Los Hermanos é o Rodrigo Amarante. Sei que alguns vão querer me matar, mas sei que quem tem bom senso vai concordar comigo. Foi difícil pra mim admitir, mas durante o show foi fácil de perceber como o Amarante tinha mais contato com o público, inclusive mais carisma. O Amarante se mostrou o frontman de uma banda que tem o ícone das revistas de cultura: Marcelo Camelo. E incrível perceber que nas músicas que o Amarante cantava, o Marcelo ficava lá, olhando o público, parado, abraçando sua guitarra, como se fosse a próxima criança a passar pela audição. Enfim... O Marcelo Camelo também é a alma da banda, na verdade todos são e tem um pouco de Los Hermanos. Sem um deles não seriam Los Hermanos, no sentido literal da palavra. Mas o Rodrigo Amarante se mostrou ontem (ao menos para mim) um grande ícone da música brasileira (e internacional).