Conheci Los Hermanos desde os
tempos de os tempos de “Ana Júlia” e posso dizer que a minha concepção da banda
mudou várias vezes nesse meio tempo. Primeiro achei demais essa banda que fez
esse som com tanta musicalidade e depois postou “Primavera” pra todo mundo
cantar junto e fazer seus “úh uuh uuus”. Admito que depois de um tempo, enjoou
mesmo. Aquelas únicas duas músicas e depois um álbum, o “Quatro”, com outras
músicas que não colaram bem em mim. Durante esse período admito que de certa
forma malhei muito a Banda.
Mas depois de um certo tempo, fui
apresentado a um outro lado do Los Hermanos, que foi o descobrimento de músicas
dos álbuns “Bloco do Eu Sozinho” e “Los Hermanos”, com verdadeiras obras, como
Pierrot, Azedume, Quem Sabe, etc. E descobri que eles realmente sabem ter um
certo peso, musicalidade, uma boa mistura de musica popular e ótimas poesias.
Me apaixonei, defendi as criticas e para minha sorte, nesse meio tempo a banda
deu aquele tempo. Percebi que as musicas do Camelo solo não eram as melhores e
que o Little Joy era muito bom. Percebi o trabalho do Rodrigo Barba (nem sei se
ainda é meu amigo no Facebook, mas tinha ele lá o/), com a cena independente e
comecei a notar como cada um trabalhava sozinho e o que cada um deve trazer
desse seu estilo para a banda.
Enfim, ocorreu o show do Los
Hemanos ontem e eu fui. Melhor localização que já tive em um show grande, mal
conseguia me mexer, esperei por umas 4hs até o início do show, mas cantei do
início ao fim. A banda mostrou criatividade e; difícil admitir, mas minha
desconfiança se consumava como fato: O Los Hermanos é o Rodrigo Amarante. Sei
que alguns vão querer me matar, mas sei que quem tem bom senso vai concordar
comigo. Foi difícil pra mim admitir, mas durante o show foi fácil de perceber
como o Amarante tinha mais contato com o público, inclusive mais carisma. O
Amarante se mostrou o frontman de uma banda que tem o ícone das revistas de
cultura: Marcelo Camelo. E incrível perceber que nas músicas que o Amarante
cantava, o Marcelo ficava lá, olhando o público, parado, abraçando sua
guitarra, como se fosse a próxima criança a passar pela audição. Enfim... O
Marcelo Camelo também é a alma da banda, na verdade todos são e tem um pouco de
Los Hermanos. Sem um deles não seriam Los Hermanos, no sentido literal da palavra.
Mas o Rodrigo Amarante se mostrou ontem (ao menos para mim) um grande ícone da
música brasileira (e internacional).